O mais baixo dos mais baixos
Quando tudo começou?
Em termos judaicos-cristãos, o Mal começou quando Adão e Eva comeram do fruto da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. A serpente enganou a Eva. Então, Eva tentou a Adão. O resto é história, pois o Mal desde aquela época.
Quem é o mais perverso de todos?
Satã Pareceria a escolha mais óbvia. Mick Jagger escreveu “Sympathy for the Devil” (Simpatia pelo Diabo) depois que Marianne Faithfull lhe deu um exemplar de The Master and Margarita (O Mestre e a Margarita), de Mikhail Bulgakov, uma sátira na qual um demônio perspicaz aparece em Moscou para provar a existência de Deus para os comunistas ateus. Como um homem de riqueza e gosto, Lúcifer é demasiadamente agradável. Para o verdadeiro mal, real e aterrorizante, é melhor olhar na humanidade.
Até onde sabemos, Belzebu nunca materializou-se diante de testemunhas para matar ninguém. Mas muita gente já realizou massacres por Deus: a Inquisição Espanhola, os Cavaleiros Templários, diversos Papas e o Talibã. Hitler, Stalin, Pol Pot e Idi Amin o fizeram por fama e glória, enquanto que Henry Lee Lucas, Fred West e Jeffrey Dahmer foram atraídos pelo prazer sadosexual. Para ser mau de verdade, e não apenas um perturbado, é necessário intenção e um impiedoso sentido de objetivo, o que essa turma aí tem em quantidade.
Você já nasce “O Mal”?
A pesquisa dos bichos-papões do século passado – assassinos seriais e por pura farra –indica que a influência familiar é um fator. Os assassinos seriais tendem a possuir figuras maternas superdominantes, enquanto que os assassinos por farra podem com freqüência ser dominados pela figura do pai. Henry Lee Lucas começou a sua “carreira” matando sua mãe, depois passando a considerar as mulheres como presas; Michael Ryan lentamente juntou um arsenal e baseava seus ideais de masculinidade em figuras como o Rambo de Sylvester Stallone, culminando no seu ataque final em Hungerford, em agosto de 1987. Muitos assassinos famosos sofreram abusos na infância, mas esse fato não explica plenamente as suas motivações.
Jonathan Kellerman, autor e psiquiatra infantil, trabalhou com crianças perturbadas por vinte anos e, na época, encoutrou apenas uma pequena quantidade de jovens bastante afetados que apresentavam indiferença emocional, falta de consciência, fanfarronice, auto-estima em excesso e um elevado desejo de satisfazer a seus próprios desejos. Todos eles desprezavam as pessoas que os amavam. Todos se entregaram a comportamento criminoso. Nenhum deles mudou. – “Eles não são levados a isso pela pobreza ou pela raiva, mas esses fatores podem possuir um papel no desenvolvimento”, diz o doutor; - “Eles fazem porque gostam de fazer. Eles fazem porque podem fazer”. Diferente de um esquizofrênico, o psicopata clássico sabe exatamente o que está fazendo. Então, nada de fazer amizade com o garoto que esfola gatinhos no parque.
Vale a pena ser “O Mal”?
O salário do pecado é a morte, malditos transgressores! A não ser, é claro, que você tenha Deus a seu lado. Na relação acima, os Papas, a Inquisição Espanhola e o Talibã foram longe e além com seus atos perversos, enquanto que apenas um ditador de punho-de-ferro – Stalin – viveu para ver os frutos de suas idéias e governou até uma idade longa e demente.
Entretanto, se você quer seu nome vivo para sempre, venha para o Lado negro. Ser abominável é a duradoura recompensa final, além dos direitos sobre o filme e o livro, se você tiver sorte.
Como "O Mal" se apresenta?
De várias formas. Novamente, quanto mais convicções “religiosas” você tiver, mais fácil será para você encontrar “O Mal” em todos os lugares. Na América, os anti-aborcionistas, descrevendo a si mesmo sem ironia como ‘pró-vida’, tem assassinado médicos que fazem abortos. No Afeganistão. O Talibã matará você pelo ato blasfemo de empinar uma pipa. A masturbação é sempre “O Mal”. Para identificar o mal, olhe para aqueles que buscam impor suas vontades a todo e qualquer custo. O Mal não tem a mente aberta para nada.
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Este artigo foi traduzido (por mim) de uma revista inglesa chamada BizArre (Junho, 2000), uma de minhas favoritas. Para ter uma idéia do conteúdo, basta saber que a revista Trip faz intercâmbio de matérias com eles. Comprei algumas quando morava em São Paulo, o mesmo tempo que as vacas eram vergonhosamente obesas e a cotação do dólar me favorecia. Depois, perdi meu emprego ao mesmo tempo que o dólar foi quase a Três Reais. A revista com a etiqueta de R$17,50 passou a R$45,00 e eu parei de comprar. O preço agora baixou, mas não moro mais em SP, além de ganhar bem menos. Quando ganhar na Megasena, farei uma assinatura.
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